O pessimismo entre os consumidores angolanos agravou-se no final de 2024, com o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) a cair para -19, o valor mais baixo desde o primeiro trimestre de 2021. Este indicador, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), reflete a crescente preocupação das famílias com a situação económica do país.
A deterioração do ICC é atribuída a vários fatores, incluindo a inflação que supera o crescimento dos rendimentos, a desvalorização do kwanza e o aumento do desemprego. As expectativas sobre a situação económica do país e a situação financeira das famílias também registaram quedas significativas.
Desde o quarto trimestre de 2019, o ICC tem apresentado valores negativos, com uma breve melhoria em 2022, impulsionada por fatores como a apreciação do kwanza e o aumento das importações. No entanto, a situação económica voltou a deteriorar-se, com a escassez de divisas e o aumento dos preços dos combustíveis a contribuírem para a inflação, que atualmente ultrapassa os 30%.
Este cenário de pessimismo persistente tem implicações diretas no comportamento dos consumidores, que tendem a reduzir o consumo e a adiar investimentos significativos, como a compra de casas ou carros. A confiança dos consumidores é um indicador crucial para a saúde económica do país, e a sua queda contínua sinaliza desafios económicos significativos que requerem atenção urgente.