Vida pessoal e trabalho: como o burnout financeiro destrói os dois?

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Sentir-se exausto cada vez que pensa em dinheiro pode ser mais comum do que imagina. O chamado burnout financeiro é um fenómeno cada vez mais presente na vida dos angolanos, sobretudo num contexto de subida do custo de vida, salários baixos e incerteza económica a que são somados muitas vezes, excessos de responsabilidades familiares. Nas empresas, este fenómeno compromete não só o bem‑estar de cada colaborador, mas também a produtividade, o ambiente de trabalho e os resultados alcançados.

O burnout financeiro acontece quando a pressão para pagar contas, gerir dívidas e garantir o básico se torna tão intensa que o stress ultrapassa o limite do aceitável. Esta situação pode manifestar‑se através de insónias e cansaço permanente, ansiedade, irritabilidade, sensação de incapacidade e frustração e isolamento social, depressão e até doenças físicas, além de afectar a capacidade de tomar boas decisões financeiras — criando um ciclo vicioso difícil de quebrar.

Alguns sinais de alerta incluem o medo constante de olhar para o saldo bancário, evitar conversas sobre dinheiro, dificuldades para dormir por preocupações financeiras e a sensação de impotência perante as despesas do dia a dia. Estes sinais não devem ser ignorados e deve começar a trabalhar para encontrar uma solução.

O primeiro passo é reconhecer o problema e pedir ajuda se necessário — seja falando com alguém de confiança ou procurando apoio especializado. Organizar um plano financeiro realista também ajuda a retomar o controlo: fazer um orçamento simples, renegociar dívidas e estabelecer pequenas metas alcançáveis pode reduzir drasticamente a ansiedade.

Também é essencial desfazer-se do excesso de responsabilidades, garantir que todos dentro do seu agregado familiar contribuem para as despesas da casa e que não vive de “chapa ganha, chapa gasta”.

Nas organizações, este fenómeno compromete não só o bem‑estar de cada colaborador, mas também a produtividade, o ambiente de trabalho e os resultados da empresa:

Mas quais as principais motivos do Burnout Financeiro e como as empresas podem apoiar?

Entre as principais causas de burn-out financeiro temos:
1. Salários desajustados e inflação elevada: A perda de poder de compra gera uma ansiedade contínua.

2. Falta de literacia financeira: Sem conhecimentos básicos de orçamento, poupança e investimento, os colaboradores sentem‑se desamparados perante imprevistos.

3. Endividamento crescente: Com empréstimos rápidos com juros altos, constantes pedidos de adiantamento de salário ou até excesso de gastos em apostas, e despesas relacionadas a um estilo de vida para os quais não estão preparados financeiramente, criando um ciclo de dívida difícil de quebrar.

4. Cultura de hiper‑disponibilidade: Desde responder a e‑mails e mensagens fora do horário, horas extras recorrentes o que colaborador impede o colaborador de se desligar mentalmente do trabalho e dificulta o controlo da sua vida pessoal como um todo.

Para apoiar os colaboradores na melhoraria do Burnout Financeiro a empresa, deve implementar programas contínuos de literacia financeira, periodicamente reveja a sua política de benefícios e promova o direito a desligar fora do horário de trabalho.

Os líderes devem praticar escuta ativa e empatia, reconhecer sinais de stress financeiro e sinalizar colaboradores para apoio interno ou externo. Por fim, os colaboradores podem elaborar um orçamento mensal realista, constituir um fundo de emergência de 3 a 6 meses de despesas, explorar fontes de rendimento complementares e recorrer aos programas de apoio disponibilizados pela empresa.

Estamos preparados para apoiar sua empresa a aumentar a saúde financeira do seu capital humano com o um Programa de Bem‑Estar Financeiro para Empresa. Oferecemos workshops interativos (online e presenciais), Consultório de Aconselhamento Financeiro para renegociação de dívidas e definição de objetivos e conteúdos on‑demand (vídeos, podcasts e artigos) adaptados a realidade angolana.

Viver sob burnout financeiro não precisa ser o teu destino. Com pequenas mudanças de mentalidade e organização, é possível respirar mais tranquilo e construir um futuro mais estável.

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