Os investimentos feitos por angolanos no estrangeiro continuam fortemente concentrados em Portugal e em offshores. Dados recentes do Banco Nacional de Angola (BNA) revelam que, no primeiro trimestre de 2025, o valor total aplicado fora do país atingiu 5,342 mil milhões de dólares, um ligeiro aumento de 17 milhões face ao período anterior.
Mais de 63% desse montante (3,3 mil milhões USD) estão distribuídos por apenas cinco jurisdições: Portugal, Ilhas Maurícias, Ilha de Man, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Já os restantes 37% estão classificados apenas como “Outros”, sem identificação, uma categoria que levanta dúvidas sobre transparência e destino real dos fundos.
Especialistas acreditam que grande parte desse montante esteja aplicada em destinos como Dubai, Malta ou Suíça, países conhecidos por oferecerem benefícios fiscais e discrição sobre a origem dos capitais.
Apesar de as transferências de capitais terem diminuído desde 2017, devido às regras cambiais mais apertadas, o cenário mostra que o capital angolano continua a gerar lucros lá fora, em vez de impulsionar o investimento interno. Essa tendência trava a criação de emprego e o fortalecimento das pequenas empresas, mantendo a economia dependente de poucos sectores produtivos.
Uma resposta
Seria bom se a maioria do capital Angolano fosse para geral lucro dentro do nosso país. Infelizmente quem perde somos nós Angola.