Criptomoedas: Sim ou não?

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O universo financeiro está em mudança, motivados por vários factores. Dentre os milhares de desafios, parece-me que difícil para todos os players é a estabilidade. Porém, a retórica da estabilidade não pode ser um entrave à inovação e a permissão de transformações positivas, na forma como os vários intervenientes interagem. Negócios à parte, a satisfação e a paz social não podem ser comprometidas, uma vez que finanças e saúde andam lado a lado.

Quando Satoshi Nakamoto, o ilustre desconhecido, criou a primeira moeda digital – BITCOIN, não imaginava que estaria a criar um movimento disruptivo para o sector financeiro, a nível da transacionalidade e da criação e arquivo de dados. Hoje, na economia covidiana, intensificou-se o movimento de digitalização das finanças em todo o mundo e a conversa sobre as criptomoedas subiu de tom, quase como se elas fossem o segredo e salvação para a situação de falência económica e social que se vive.

Porém, não se trata apenas de melhorar as formas de transacionalidade. Trata-se, acima de tudo, de oferecer comodidade, segurança e eficiência na forma de realizar transacções financeiras, com um meio que seja comumente aceite por todos, o que ainda não o é. E não o é, porque todos os players, principalmente os reguladores, sejam avessos à inovação, mas porque existem um conjunto de riscos que ainda se encontram por controlar e que podem pôr em causa a estabilidade do sistema financeiro mundial. Assim sendo, apresentamos um conjunto de riscos que você deve acautelar, antes de efectuar qualquer transacção com criptomoedas:

  1. Identifique, correctamente, o intermediário da transacção (broker) e o beneficiário final (contraparte). Existem vários intervenientes “fantasmas” no universo de transacções em criptomoedas, que escapam facilmente aos mecanismos de KYC (Know Your Costumer) e KYT (Know Your Transaction).
  2. Assegure que usa as chaves de validação correctas e que as tem guardadas em local seguro. Muitas vezes ter as chaves de validação guardadas no telemóvel ou computador podem aumentar o risco de hackeamento.
  3. Assegure-se que as suas transacções não concorrem para o risco de branqueamento de capitais, financiamento de terroristas e esquemas de pirâmides financeiras (esquemas Ponzi, ou Bernie Madoff).
  4. Acompanhe os movimentos de cotação dos seus criptoactivos ou criptomoedas. Existe uma volatilidade muito grande sobre estes instrumentos, por força da especulação e a falta de regulamentação sobre eles.
  5. Visto que não existe, ainda, assistência jurídica para recuperar fundos perdidos, assegure-se que está a transaccionar apenas com as entidades com as quais iniciou a negociação

Enquanto defensor de inovação, disrupção e desenvolvimento do sistema financeiro, só posso recomendar criptomoedas num ambiente regulado, saudável e estabilizado. Portanto, criptomoedas, SIM, mas com os rincipais riscos mitigados.

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