No ultimo ano vários comunicados têm sido emitidos pelo BNA sobre a existência no nosso mercado de empresas não licenciadas para a prestação de serviços financeiros. Estas empresas surgem com a promessa de grandes ganhos a partir de investimentos dos clientes e no final acabam por defraudar esta promessa, estão nessa lista a Stagiarius, KwanzaCard e outras.
A estas juntou-se este mês a Diamant Media, que estava com uma base de clientes no país mediante o investimento em uma plataforma digital que acabou por desaparecer com milhões de kwanzas dos cliente. A plataforma começou a actuar em território nacional nos finais do ano de 2021, e onde em pouco tempo atraiu vários cidadãos nacionais, visto que a mesma não era pedia qualquer tipo de investimento aos usuários, bastando simplesmente instalar o aplicativo e depois colocar “gosto” nos vídeos que eram disponibilizados, com promessas de os utilizadores ganharem 1 dólar por cada vídeo acedido. Apresentou-se como uma plataforma de investimento com vários opções de aplicação de fundos com pacotes que chegavam a atingir os 132.000 USD (equivalente a 55.626.780 Kz) de lucro em quatro meses para uma aplicação de 23.123 USD (equivalente a 9.744.379 Kz).
Estas empresas actuam como esquema de pirâmide (sistema Ponzi), apelam à aplicação de fundos e captam as poupanças de empresas e particulares com promessas de juros elevados. Surgem com a lição bem estudada e com propostas praticamente irresistíveis. As mesmas afirmam trabalhar com as quatro principais redes sociais do mundo como o Faceboock, Whatsapp, Youtube e Instagram, isso para que o negócio pareça mais sério à vista dos investidores.
A maioria são de origem internacional, mas contam com a participação de nacionais e actuam sem autorização e supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA) ou da Comissão de Mercado de Capitais, dois dos três supervisores do sistema financeiro nacional. “Nenhumas das plataformas digitais referenciadas tem autorização do BNA para funcionar, ou seja estão ilegais, sujeitas a um processo de contravenção grave. Todas as instituições financeiras licenciadas para operar em Angola estão numa lista no site da nossa instituição”, explicou ao Jornal Expansão Cândido Abrantes Pina do BNA, que acrescenta: “o que procuramos fazer é que quando temos conhecimento destas situações, fazemos um comunicado a alertar as pessoas e as instituições, procuramos saber onde estão sediados e denunciamos às autoridades competentes”.
Aqui já foi publicado um artigo sobre como proteger-se das fraudes financeiras mais comuns no país.