Em Luanda, cresce o fenómeno da intermediação ilegal de imóveis, protagonizado pelos chamados “mixeiros”. Segundo o jornal Expansão, estes agentes informais cobram comissões de até 100% do valor do arrendamento, um custo adicional pago, na maioria das vezes, pelo inquilino.
Estes intermediários, sem qualquer licença oficial, atuam como representantes entre proprietários e potenciais arrendatários, muitas vezes sem conhecimento ou consentimento formal das partes. Num dos exemplos citados, um cidadão viu-se obrigado a pagar dois meses de renda: um para o senhorio e outro para o “mixeiro”, sem qualquer contrato assinado ou recibo da transação.
A prática tornou-se comum nos bairros de Luanda e começa a alastrar-se para outras províncias, também é comum estas mesmas pessoas criarem anúncios nas redes sociais de venda e arrendamento de imóveis que nem sequer conhecem os proprietários. Sem controlo, alimenta esquemas de burla, onde o inquilino paga por uma casa que, em alguns casos, já está ocupada ou não está disponível.
Este cenário dificulta o acesso justo à habitação, aumenta o custo de vida e enfraquece a confiança no setor imobiliário. O cidadão comum, já sobrecarregado financeiramente, é quem mais sofre. A solução passa por reforçar a fiscalização, exigir licenciamento de mediadores e educar os consumidores sobre os seus direitos no arrendamento.