O BNA tem hoje uma maior autonomia na condução da política monetária, e que o mercado funciona muito melhor que há uns anos atrás, quando o valor do kwanza era decidido por via administrativa.
Um dos banqueiros ouvidos pelo Expansão referiu mesmo que no final do ano se assiste sempre a uma desvalorização do kwanza, o que não aconteceu este ano, ao mesmo tempo que o crescimento exponencial das exportações que se verificou no início do segundo semestre de 2022, não aconteceu na altura do Natal. As necessidades de divisas estiveram ao nível de anos passados, pelo que não houve pressão no mercado cambial.
No mês de Dezembro e início de Janeiro, o Ministério das Finanças teve que vender mais moeda estrangeira porque precisava de liquidez para pagar as suas despesas, o que equilibrou o mercado. “Nunca o Estado teve tantas receitas em moeda estrangeira, os grandes projectos públicos estão parados, as necessidades de financiamento são menores, o consumo voltou a estabilizar, pelo que não há qualquer justificação para a escassez de divisas. Isto no global do mercado, porque pontualmente uma ou outra instituição bancária, que está mais envolvida em projectos de maior dimensão, pode ter dificuldades em garantir os volumes de divisas que estes clientes precisam”, explicou ao Expansão o PCA de um dos maiores bancos do País.
Outra variável a ter em conta é o preço do barril de petróleo nos mercados internacionais, que define a quantidade de divisas a que o País tem acesso. Neste particular, a tendência de queda não influencia as perspectivas para os próximos seis meses por duas razões fundamentais – a primeira é que o crude é maioritariamente vendido a dois meses, no mercado de futuros, e o segundo é que não se prevê uma queda significativa que possa ter influência relevante na moeda estrangeira disponível.
Fonte: Jornal Expansão