Dispensas estão enquadradas no Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR) da instituição, que está a ser implementado desde o ano passado, com mudanças profundas ao nível da gestão e da estrutura accionista do banco.
As informações sobre eventuais saídas de colaboradores e o encerramento de agências do Banco Económico (BE) são antigas, mas desta vez é mesmo para valer. De acordo com uma nota oficial, enviada ao Expansão na quarta-feira, 8, a instituição bancária vai despedir, até final de Junho, 68 colaboradores e encerrar 11 agências nas províncias de Luanda, Bengo e Benguela.
Questionada directamente pelo Expansão, a administração do BE avançou com mais pormenores. “O despedimento colectivo está relacionado com o encerramento de 11 agências localizadas em Luanda (9), Bengo (Caxito) e Benguela (Lobito). Estima-se que o encerramento seja concluído dentro do primeiro semestre deste ano”, explica a nota oficial.
Depois de admitir que o BE “está a conduzir um despedimento colectivo em cumprimento da Lei Geral do Trabalho”, a administração relaciona a iniciativa com o “encerramento de várias agências” e explica que as dispensas estão incluídas no Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR) aprovado pelo Banco Central. “Estão abrangidos 68 colaboradores do banco localizados em Luanda, Bengo e Benguela”, sublinha a nota. Com estas alterações, Benguela ficará com apenas três agências e um centro de empresas, enquanto o Bengo ficará sem qualquer representação do ex-BESA, de acordo com o que o Expansão conseguiu apurar no relatório e contas de 2021.
Para além das medidas previstas no PRR, o BE alega também que as referidas agências têm “uma reduzida performance comercial e elevados custos operacionais”, por isso, o banco foi forçado a “encerrá-las com a ponderação de agências alternativas, em locais próximos, para onde serão migradas as contas bancárias, garantindo-se a regular prestação dos serviços bancários”.
Na nota enviada ao Expansão, o Económico afirma que está a “procurar minimizar o impacto” que esta medida traz para as vidas pessoais e profissionais dos colaboradores abrangidos, atribuindo-lhes uma “indemnização superior à prevista na lei, cessando graciosamente os seus financiamentos contraídos junto do banco e mantendo os seus seguros de saúde durante um período adicional”. O Expansão procurou confirmar estas informações mas, até ao fecho da edição, não foi possível saber junto dos trabalhadores afectados quais as benesses sugeridas pela administração do BE.
Inicialmente, a decisão foi tornada pública, de forma não-oficial, com a divulgação nas redes sociais de um aviso prévio de despedimento colectivo, datado de 6 de Março, destinado a um trabalhador (não identificado) da agência do BE no Bairro Azul, em Luanda.
Naquele documento, a administração do Banco Económico justifica a medida com a implementação do Plano de Recapitalização e de Reestruturação (PRR), iniciada em 2022, “que tem levado também à necessidade de uma redução muito significativa” dos custos para “níveis mais sustentáveis”.
“Neste contexto”, pode ler-se no aviso prévio de despedimento colectivo, está previsto “o encerramento de várias agências bancárias e a desmobilização de recursos humanos e materiais a elas afectos”.
Fonte: Jornal Expansão