O Banco de Fomento Angola (BFA) adiou o seu processo de Oferta Pública Inicial (IPO) para outubro. A decisão, tomada numa assembleia-geral extraordinária, visa garantir melhores condições de mercado para uma operação mais segura e transparente. Mas este é apenas o capítulo mais recente de um enredo marcado por hesitações.
Em julho de 2023, o Banco Português de Investimento (BPI), que detém 48,1 % do capital do BFA, recuou na venda da sua participação. O motivo? A forte desvalorização do kwanza e a volatilidade cambial. Na altura, a suspensão surpreendeu investidores como a Gemcorp e o grupo Carrinho, que estavam interessados na compra. Apesar da frustração, mantiveram-se atentos ao setor financeiro angolano.
O adiamento agora anunciado reforça um cenário de cautela. Para os investidores locais, significa adiar planos de entrada no mercado de capitais angolano. Para o cidadão comum, pode representar menos dinamismo económico no curto prazo e um alerta sobre o impacto que a instabilidade cambial continua a ter nas grandes decisões do país.
Com o IPO em espera e o BPI a manter a sua posição, o futuro do BFA continua rodeado de expectativa. Segundo o Jornal Telegrama, espera-se o reinício das comunicações em Setembro e Outubro poderá ser um mês decisivo, ou apenas mais uma pausa estratégica neste enredo.