A taxa de inflação homóloga do País deverá ficar acima dos 20% no próximo ano, de acordo com as mais recentes previsões do Standard Bank de Angola (SBA), apresentadas esta semana em Luanda, durante o terceiro Briefing Económico de 2023.
“Angola enfrenta uma conjuntura económica desafiadora, caracterizada por uma redução substancial do superávit da sua conta corrente da balança de pagamentos, pressões sobre o câmbio e a liquidez em moeda externa, aumento da inflação, pressões fiscais e da dívida externa, em muitos aspectos similares ao que se observa em algumas economias africanas”, afirmou durante o evento Fáusio Mussá, economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique.
As previsões da equipa de research do SBA, liderada por Fáusio Mussá, contrariam as perspectivas optimistas do Governo que aguarda por uma taxa de inflação de 15,3% no próximo ano, segundo o relatório de fundamentação do OGE 2024.
O SBA não é a única instituição a aguardar uma taxa de inflação muito acima dos anseios do Governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta agora a uma inflação anual de 18,8% no final de 2023, contra a previsão inicial de 12,3% inscrita no relatório de Março, para voltar a acelerar novamente em 2024 para 25,6%, devido ao eventual aumento dos preços dos combustíveis assumidos pelo Governo, que pretende acabar com a subsidiação à gasolina e ao gasóleo até ao fim de 2025.
Já o BFA vai mais longe e espera que a taxa de inflação atinja os 20% ainda este ano, ou ainda acima, caso não se verifique uma recuperação do kwanza e um forte aperto da política monetária. Entretanto, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam que a taxa de inflação fixou-se nos 15,01%, em Setembro, acima da meta prevista pelo Banco Nacional de Angola (BNA) que se situava num intervalo entre 12% e 14%, embora muitos especialistas acreditam serem irrealistas, já que os preços sobem mais do que aquilo que é contabilizado pelo INE.
O SBA entende que actualmente o “calcanhar de Aquiles” de Angola é o elevado serviço de dívida do Estado, que consome 85% da receita em 2023 e 97% em 2024.
Fonte: Jornal Expansão