Dependência financeira extrema: Como sair?

A dependência financeira extrema é um mal que afecta milhões de mulheres em todo mundo, principalmente em países subdesenvolvidos como Angola.

Este artigo surge depois de ter ouvido uma reportagem de rádio, em que uma mulher grávida de gémeos, com 3 filhos pequenos a mão pedia ajuda porque havia sido expulsa de casa e não tinha nenhuma família na cidade.

A dependência financeira extrema é uma das razões de base para a violência contra as mulheres, seja ela física, verbal ou econômica. A violência econômica que manifesta-se quando o parceiro repete continuamente ” a casa é minha eu é que mando, o dinheiro é meu, fazes o que eu digo”, infelizmente são expressões que não são novidade para ninguém. Mulheres em dependência financeira extrema sentem-se presas, como se já não houvesse solução para a sua vida! Se você está nessa situação ou conhece alguém que viva isto no dia a dia, temos aqui um passo a passo que lhe vai ajudar a reinventar-se e a sair desse paradigma tóxico. Este passo a passo também pode servir de base para o empoderamento de mulheres em situações de violência:

1- Faça planeamento familiar: vocês devem estar a perguntar-se, “mas o que que isso tem a ver?”, tudo! Pelo facto dos filhos serem uma maior responsabilidade para as mulheres, quanto mais filhos ela tiver menos esperança tem de ultrapassar a situação de violência, ela tem sente-se conformada, expressões como “vou aguentar pelos meus filhos” são muito comuns nestes casos. Portanto, se o relacionamento tem sido tóxico e você não vê formas de sair e ser independente, o primeiro passo é controlar a natalidade, os seus filhos devem nascer num ambiente saudável.

2- Saiba quais são os seus direitos e dos filhos: quando o vosso parceiro diz “tudo é meu” não é bem assim, qual o regime da vossa união? Vocês são casados ou vivem em união de facto? Se vocês forem casados com união de adquiridos por exemplo, significa que todos os bens adquiridos depois do vosso casamento são dos dois. Se vocês não forem casados e viverem em união de facto, caso a vossa união seja válida (o parceiro não pode ser casado ou manter união de facto com outras pessoas, etc). Pois bem, segundo a lei angolana após 3 anos a união de facto confere direitos similares ao do casamento. No caso dos filhos, se vocês tiverem filhos menores existe a obrigação por lei da prestação de alimentos as crianças. Caso não haja entendimento, recorra a justiça, por meio de advogados, associações de mulheres, esquadras, tribunal de família. Lute, não se resigne!

3- Descubra uma fonte de renda imediata: muitas mulheres são obrigadas pelos maridos a deixarem os seus empregos ou negócios para manterem o casamento. Com o passar dos anos perdem a auto estima e ficam com a impressão de que não sabem fazer nada para ganhar dinheiro, só podem esperar pelo marido! Este pensamento é muito pequeno, tudo que você sabe fazer tem valor. Quais são os seus talentos? Sabe cozinhar, engomar, cuidar de cabelos, é muito organizada? O que você poderia fazer hoje com o que tem a sua disposição? Já publicamos várias dicas para ganhar uma renda extra.

4- Faça uma formação profissional: estas formações vão lhe permitir ter mais qualidade nos seus produtos e serviços e por consequência ganhar mais. Com a sua fonte de renda imediata poupe para fazer um pequeno curso de decoração, de pastelaria, de mecânica, quaisquer que sejam as suas habilidades melhore-as. Se ainda assim é muito difícil fazer esta poupança procure por cursos gratuitos, nas administrações, igrejas e associações. O importante é não ficar parada, lute pelo seu crescimento.

Pare de procurar motivos para se manter dependente e comece a agir para fugir desta situação. Apliquem e partilhem. Qual a vossa opinião sobre a dependência financeira extrema?


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